Monday, July 22, 2019

Exemplo de José de Arimatéia

Hoje quero falar-vos de alguém que raramente ouvimos falar nas pregações, mas que me parece ter um testemunho de vida muito interessante.

Na Bíblia encontramos muitas pessoas que nos são apresentadas de forma vaga, através de uma profissão, de uma doença, de uma condição, da sua origem geográfica, mas este homem está bem identificado, ressalvando o seu papel na história do cristianismo e no cumprimento das profecias acerca de Cristo (Exemplos de pessoas em que o nome não é mencionado: a serva de Naamã; Os magos do Oriente; a viúva de Sarepta; o Samaritano (bom); etc. )


No entanto, acerca de José existe um reforço  para a sua pessoa/identidade, para o seu testemunho e para a ação que ele protagonizou, ainda que tenha sido apenas um (digno de registo).


Encontramos na Bíblia apenas um evento, um feito, na vida desta pessoa -  José de Arimateia. O seu exemplo encontra registado nos 4 evangelhos (Lucas 23.50-53 e Mateus 27.57-60, Marcos 15:42-46; João 19:38-42) e dele, para além da descrição geral do feito deste homem, cada um dos evangelhos nos apresenta um detalhe diferente, que complementa a informação acerca de quem foi este homem e do que fez.


Apesar desta referência marcada pelos evangelistas a este homem, verificamos que a sua história acaba por passar por despercebida e diluída no contexto em que decorreu, devido ao facto de ele ser apresentado durante o relato da morte de Jesus e do tempo em que ele esteve morto. No entanto, esta vida apresenta-nos várias lições e incentivo para vivermos uma vida cristã.


Quem era 

Todos os 4 evangelhos nos apresentam José com as seguintes características:

  • Nome: José
  • Origem: Arimatéia
  • Uma ocupação: senador (ou membro do Sinédrio - o mesmo que julgou Jesus)
  • Esperava o reino de Deus / era discípulo de Jesus

Este é o bilhete de identidade/CC de José.  Aparentemente um homem comum, com um certo estatuto social, pois era senador e com a particularidade de se ter convertido ao Cristianismo (discípulo / esperava o reino de Deus).

No entanto o feito destacado pela bíblia acerca deste homem não foi o que se sabia dele mas  o que ele era e o que ele fez. Ele comprou um sepulcro novo e tratou dos preparativos para o funeral de Jesus - o seu Mestre.

O que algo aparentemente tão banal, mundano até pode ter de especial? Um funeral?

Esta atitude de José engloba diversos aspetos que nos ensinam várias coisas relativas à vida e serviço cristão.


Atitude Cristã / Testemunho

"E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo,
 Que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimatéia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus;" Lucas 23:50;51

Lucas apresenta José de uma forma peculiar. Ele diz-nos que José  era um homem de responsabilidade (senador) mas que isso não lhe subiu à cabeça, mas que ele cumpria o seu dever com justiça. Ele era um homem de bem.

Como crentes o nosso testemunho deve ser parecido ao deste homem. As pessoas devem ver Jesus através de nós. A nossa atitude deve humilde e devemos fazer o nosso trabalho da melhor forma e não acharmos que por sermos salvos Jesus vai transformar o nosso trabalho num mar de rosas. Para José ser senador não foi um mar de rosas. 

Ele estava presente quando os outros senadores condenaram jesus. Ele, que era discípulo, sabia que era mentira o que acusavam Jesus e manteve-se firme perante os outros. 

Ele não amou mais a sua posição do que a verdade e a justiça. Ele podia ter vista curta para o conselho, mas não o fez. Ele recusou ir na onda dos outros, só para não ser excluído, ou para que os outros gostassem dele. José foi firme na sua posição e não se deixou influenciar pelos outros

Ele demonstrou saber pensar por si próprio e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus. Ele já se havia convertido e tudo! Ele era um homem humilde que não vivia cheio de si mesmo, mas que procurava a salvação, ele estava interessado em Deus e por isso todos dizem que ele esperava o reino de Deus ou era discípulo.


Servir com o que temos/ dinheiro


Em Mateus 27:57 a introdução do texto diz-nos que José era um homem rico:

E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. (Mt 27:57)

Mateus para apresentar José indica que ele era um homem rico, daí ele ter tido a capacidade financeira para comprar o sepulcro de Jesus. 

Ele tinha capacidade financeira e mais uma vez isso não foi o mais importante para ele. Ele era mesmo um homem de bem e justo! 

A sua atitude mostra que o seu coração estava no sitio certo: em Jesus e não no dinheiro. Ele vivia bem mas isso não o impediu de viver uma vida que agradava a Deus.

Ele tinha dinheiro e, apesar do momento que vivia, a tristeza pela morte do mestre, que fez com que os mais íntimos dispersassem, fugissem (Emaús), ele não ficou engolido pelo que não entendia, mas ele manteve a fé e, num momento de dor e incerteza ele pôs-se ao serviço de Deus com o que tinha,  como podia. Ele deixou-se usar mesmo para um funeral. 

Nós às vezes achamos que certas coisas não são para nós, mas este homem serviu com um funeral. Outras vezes achamos que estamos em baixo e necessitamos que nos serviam a nós, que a igreja nos acarinhe, que ... mas este homem agiu a pensar primeiro em Jesus do que na sua dor ... Isto fala de convicção. Ele era discípulo e foi até mesmo quando jesus morreu,

Ele serviu apesar das circustâncias, apesar da sua aposição. Nada, nem ele próprio, foi mais importante do que Deus. 

Crescimento Espiritual

Já João apresenta José de um outro modo:


Depois disto, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Jo 19:38


João diz-nos que José era um discípulo oculto, pois tinha medo dos Judeus. Interessante este pormenor que João apresenta. 

José era discípulo mas às escondidas, pois tinha medo. Na Bíblia não é o único que vemos com esta atitude face à sua fé. Encontramos outros que ocultaram quem eram por medo também: Ester e Nicodemus por exemplo.

É normal sentirmos medos e num mundo que jaz no maligno, é normal termos receio de dizermos quem somos e quem é o nosso mestre. Não devemos, no entanto, ficar presos nesses medo e pecarmos contra Deus e deixarmos a nossa fé morrer.

É o que é ilustrado pela parábola do semeador - os cuidados deste mundo não deixaram a planta viver!

José tinha medo, mas no pior momento da história do Cristianismo - quando Jesus ainda estava morto, ele ultrapassou os medos e assumiu o seu papel e o serviço que Deus tinha posto no seu coração. Ele rogou a Pilatos para tirar o corpo de Jesus na cruz, o que para muitos foi uma derrota, ele manteve-se firme e correu o risco. 

Marcos reforça esta atitude;

43 Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. Marcos 15:43

Ousadamente! (Jesus estava morto)! 

José sabia o que acontecia aos homens que eram crucificados. Naquele tempo, quem era crucificado era um criminoso e era muitas vezes deixado sem ser sepultado, para maior desonra, para que os animais devorassem os seus restos e se apagasse a memória do condenado. Mas José, sabendo quem Jesus era, sendo seu discípulo, não permitiu que a afronta que tinha sido a sua condenação e morte continuasse e, por isso, ganhou coragem e foi pedir permissão à autoridade (Pilatos) para que sepultasse Jesus. A Bíblia fala em ousadia - coragem! É isto que Jesus nos faz, transforma-nos de medrosos em corajosos, quando decidimos estar ao seu serviço.

O verdadeiro crente é aquele que cresce até ao ponto de ultrapassar os medos. Com a ajuda de Deus eles podem transformar-se em ousadia! 

Apesar das más circunstâncias, do medo, da dor, ele foi em frente no serviço ao Mestre! Ele prosseguiu. Nós temos também uma missão - sermos testemunhas! Que encontremos em José um exemplo de como sermos boas testemunhas, com ousadia! 


Ele não ficou estagnado mas vestiu a camisola. Ele cresceu face à tribulação (é para isso que elas servem...).

Conclusão:

Este homem tem um testemunho rico face ao medo, ao perigo, ao desgosto e ao dinheiro. 

Apesar de tudo ele quis dar o melhor ao mestre, mesmo sendo um funeral e deu. Ele foi um homem que ultrapassou os seu limites e cresceu em fé. Ele assumiu a sua fé apesar de tudo.

Mesmo com o desgosto da perda de Jesus ele foi fiel e teve o consolo da ressurreição de Jesus! ("Bem aventurados os que choram eles serão consolados").

A Bíblia não fala em recompensas no seu caso. A tradição diz que ele pagou o preço. Que  foi preso e lhe tiraram a sua fortuna, mas também diz que posteriormente voltou a sair da prisão e a ganhar muito dinheiro e que continuou a fazer o que já tinha feito - a servir Deus, desta vez ajudando na pregação do evangelho.

Mesmo quando tudo parece perdido e que não há solução, a solução é continuar, servir.

Vamos ser mais como este homem, que tinha o que devia ter no coração - o amor verdadeiro pelo seu Mestre! 


Tuesday, January 2, 2018

Natal da minoria

Estava tudo cheio
Viajantes ocupados
Comprava-se e vendia-se
As famílias acolhiam-se
As conversas corriam soltas
Comia-se e bebia-se
Matavam-se saudades
Trocavam-se lembranças
Partilhavam-se notícias
Gentes alheadas
Do milagre que acontecia
Ninguém esperava
Ninguém sabia
Ninguém perguntava
Ninguém entendia
Havia festa
Havia alegria, fugaz
Que se esgota no final do dia
Este foi o primeiro natal
O natal da maioria
Ao mesmo tempo
nesse dia
viveu-se um outro Natal
Tão diferente...
Foi festa que juntou terra e céus
Uma alegria permanente
Um espanto para a gente
Que correu para ver
Não num palácio
Não num hotel
Não num lugar importante
Mas numa estrebaria
Foi um natal longe da família
Sem mesa posta
Sem decoração especial
Um dia complicado
Um natal pobre
Sem motivos para folia
Na dificuldade
Deus apresenta-se
Junta-se a nós
Fica ao nosso lado
E assim foi no primeiro natal
Um natal com Jesus
o natal de Jesus
A esperança prometida
o Salvador Universal
O Natal da minoria
O meu Natal!

Friday, September 8, 2017

Porque Deus amou o mundo...

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que Deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

Este é dos versículos mais conhecidos e recitados de toda a bíblia. Ele é de uma grandeza e riqueza imensas, que nos tenta apresentar a natureza divina de uma forma simples.

"Porque Deus amou o mundo...". Deus é amor. Deus não muda. Se Deus amou continuará a amar sempre e a lutar por esse amor. Amor e luta parece que não casam... uma coisa boa mantida à custa de uma coisa má... Parece, porque vale a pena lutar pelo que é bom e Deus luta por cada um de nós... todos os dias. Ele deu o primeiro passo. Deus deu e não foi qualquer coisa que lhe subejasse ou que não gostasse. Não. Ele deu o seu melhor, o seu filho único, o que de melhor existiu alguma vez neste planeta.... Este é o tamanho do seu amor. O seu melhor por mim. Não há como duvidar disto. E Ele deu esse melhor não com objetivos egoístas, de demonstrar que me ama para me obrigar a sentir culpada se o não corresponder. Não... foi sem compromisso, independentemente se eu quero ou não ser amada, se quero ou não corresponder. E este amor de Deus tem um propósito, um objetivo tão bom... Todo aquele que nele crê... Todo o que aceita este amor, que o retribui em forma de fé alicerçada nesse filho que nos foi enviado, oferecido, não pereça... E neste mundo tudo perece... tudo apodrece e se decompõe. Tudo morre. O objetivo do amor de Deus é vida, que se inicia neste mundo, mas que não se extingue na efemeridade da existência terrestre... o amor de Deus projeta-nos para um futuro eterno, propõe-nos uma vida que nunca termina, uma vida em abundância... de amor e de favor divinos.

Tenho lido este versículo tantas vezes e recitado também... Tenho-o projetado em direcção daqueles que não conhecem este Deus, que de tal maneira tem amado a humanidade... Mas hoje foi diferente. Hoje ele aplica-se a mim, à minha vida. Hoje ele me declara que Deus me ama de tal maneira que tudo faz para que eu tenha vida, para que eu não pereça... Ele hoje diz-me que Deus me ama de tal maneira, que se eu deixar o seu amor me inundar, ele providenciará tudo para que eu não apodreça como uma fruta velha, mas que nesse amor encontrarei forças renovadas para ter uma vida, que se desenrola aqui, neste momento, no lugar onde estou, mas que não se finda aqui, continuará eternamente.

"Deus, que me amas de tal maneira, eu te agradeço esse amor, que confesso não conseguir entender e que me custa tantas vezes aceitar... mas aceito... A tua promessa é que quem crer não perecerá... Eu acredito, no teu amor provado numa cruz, público, gritado ao longo dos tempos, renovado a cada manhã, sempre que acordo... acredito na tua promessa de vida que me ofereceste... Obrigada!"

Tuesday, July 18, 2017

Para o meu amigo

Amigo,


Acredito num Deus vivo e presente, que ama, não porque alguém mereça, mas porque Ele é amor.  E ele ama todos: os bons e os maus. Na realidade não existem bons. Existem maus que querem conhecer o bem, que se deixam moldar, que crescem, que perguntam e não desistem das respostas, que não se conformam com o que toda a gente diz, mas escrutinam e validam o que aprendem. Para estes maus Deus é a verdade e procuram conhece-la a todo o custo, mesmo quando isso significa não ser aceite, não ser compreendido, não agir ou pensar do mesmo modo que os outros. Como Jesus disse "mais importa agradar a Deus do que aos homens" e aqui eu leio - mais importa fazer a vontade de Deus do que a minha própria vontade, ou aquilo que os que me rodeiam esperam que eu faça... 

É bom ter amigos. Melhor é quando um desses amigos é o melhor de todos - Deus! 

E Deus é amor e ama-nos a todos, de tal maneira, que ele pagou o preço pela aproximação a cada um de nós. 

Quando Adão e Eva pecaram, e este pecado foi algo muito simples - desobediência a uma ordem de Deus, a humanidade ficou sob a influência desta desobediência. Os pais ensinaram os filhos a sua natureza e isto é o que faz de nós maus, por natureza.

Deus é santo. A sua natureza é santíssima. Deus não se mistura com pecado, tal como o azeite não se mistura com outro líquido. E por isso é necessário que cada pecador "retire" o pecado da sua vida, para poder entrar na presença de Deus, para ser ouvido, para viver com Ele num relacionamento próximo, intimo. 

Deus é justo, mas de uma forma perfeita. Nós, na nossa humanidade temos o sentido de justiça, mas imperfeita, tal como nós somos, mas ainda assim sabemos que quem desobedece à ordem instituída (por exemplo uma lei) terá de pagar as consequências para que haja justiça. Este sentido de justiça foi-nos incutido por Deus e permite-nos entender que quem peca necessita pagar as consequências. 

A consequência da desobediência de Adão e Eva foi a morte. Eles foram criados para viver eternamente, mas ao desobedecerem a morte passou a fazer parte da nossa vida. A bíblia diz que o salário do pecado é a morte, não apenas a física, mas a eterna, a da nossa alma. Esta morte é entendida como uma separação de Deus - eternamente separados do Deus santo, eternamente afastados do amor do Pai celestial, rejeição eterna. A Bíblia descreve esta separação como algo inimaginavelmente dolorso, como estar eternamente em angústia profunda, em sofrimento eterno. E este é o fim de todos os maus, ou seria, se Deus não tivesse preparado forma para aproximar a humanidade de si, de satisfazer a sua justiça, do preço do pecado ser pago. Essa forma é perfeita e é única - não existe outra forma das pessoas se chegarem a Deus, mesmo quando se vive uma vida de bondade, de ajuda ao próximo... Ser bonzinho não chega para satisfazer a justiça divina!

A forma que Deus nos proporcionou de nos reconciliarmos com ele é o melhor que pode haver, é puro amor em acção! 

Logo no Éden, Deus apresenta a forma do pecado ser pago. Deus fala com Adão e Eva e diz-lhes que enviaria o seu Filho para pagar o preço da desobediência. Antes da encarnação de Cristo, todos os que morreram com a esperança da vinda do Messias foram perdoados porque acreditaram na promessa de Deus. Hoje é diferente. Deus prometeu que enviaria um remidor e cumpriu essa promessa em Jesus Cristo. (Deus nunca falha uma promessa, mesmo que demore centenas de anos para que seja cumprida). 

Jesus, o único inocente entregou a sua vida em substituição da vida de cada um dos maus. De todos! O justo morreu pelos injustos. O seu sacrifício foi perfeito e nele encontramos alguém que tinha as condições de pagar o preço pelos outros. Porquê? Porque se um injusto, pecador morresse, estaria a pagar as suas próprias dívidas. Mas Cristo não pecou, não tinha dívidas nenhumas e é por isso que Ele é o único que pode pagar o preço... 

Imagina esta ilustração: Tens fome, mas não tens como comprar comida e não tens dinheiro  para comprar alimentos. Mas a fome é tanta que decides ir ao supermercado. Chegas lá e alguém te diz "está aqui um carrinho de compras para ti, com tudo o que precisas para matar a fome." Tu ficas atrapalhado pois sabes que não tens como pagar. É então que o empregado te diz "Não é preciso pagar, o seu amigo pagou. É só levar e comer".  Esse teu amigo é o teu salvador, pois se não comesses morrerias... Cristo é esse amigo. Ele pagou o preço necessário pelos teus pecados (e os meus e os de todos). Agora resta saber se queres aceitar esse sacrifício ou não, se queres levar as compras para casa e comer, ou continuar tudo na mesma. 

Quando aceitamos o perdão das nossas dívidas a conta fica paga. Mas é necessário não voltar a fazer mais dívidas, isto é, é necessário deixar de desobedecer a Deus, de pecar...  

Lembro-me do episódio de Jesus e da Mulher adúltera... No fim de a salvar da morte por apedrejamento, Jesus diz-lhe "Vai e não peques mais".  E esta é a vontade de Deus para todos os homens. Que não pequemos mais. É certo que a nossa natureza pecadora não muda, mas a nossa vontade, o nosso querer muda e isso faz de nós filhos de Deus.

Em suma, porque te estou a escrever isto? Porque quero gozar a eternidade no paraíso com Deus e também contigo. Porque me preocupa a tua vida. Porque isto é importante e nem sempre é bem compreendido. 

Cristianismo não é uma filosofia, é um caminho de aprendizagem e de fé. É aceitar depender de Deus e da sua vontade. É procurar essa vontade. 

Vejo-te falar de Deus, mas isso não chega. É necessário tomar uma decisão e lutar por ela até ao fim. É preciso levar as compras para casa e voltar ao supermercado todas as vezes que a fome voltar. Mas para isso é preciso admitir que tens fome e que não tens como comprar comida. 

Melhor do que todo o amor do mundo é o amor de Deus. Nem pai, nem mãe, nem amigos, nem amantes te podem dar o amor que Deus tem para ti. Espero que me entendas... e estou cá para te ajudar no que for necessário para chegares ao supermercado e levares as compras para casa! 


Com amizade... 

Wednesday, June 21, 2017

O ladrão tira, Jesus dá

"O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância." (João 10:10)

Hoje dei por mim a pensar neste versículo. Nele, Jesus apresenta o objectivo do seu amor por nós em oposição ao ódio que fora dele encontramos.

Todos conhecemos histórias de ladrões. Os ladrões são pessoas mal intencionadas que pretendem obter lucros através de outros, quer através das suas vidas, quer através dos seus pertences, sem terem autoridade para isso. Os ladrões pensam apenas em si mesmos, no que lhes interessa e no que acham valioso, sem atribuir qualquer importância a quem assaltam. O desrespeito é total.

Se por um lado os ladrões desta vida querem roubar tudo o que temos Jesus é aquele se apresenta como um oposto, um benfeitor, que providência todas as coisas aqueles que o aceitam nas suas vidas.

O ladrão quer tirar a nossa vida. Jesus oferece a vida eterna. O ladrão tenta matar as nossas iniciativas, sonhos, vontades ("não mereces", "não és capaz", "não é bem assim", "vai correr mal"); Jesus inspira, motiva e oferece ajuda ("esforça-te e eu te ajudarei"). O ladrão derrota; Jesus torna-nos mais do que vitoriosos. O ladrão sobrecarrega e aprisiona. Jesus liberta e traz alívio. o ladrão traz desespero, como uma fome insaciável. Jesus enche-se de compaixão e oferece pão, peixes e água viva.

Quando o ladrão chega a roubar-nos algo, Jesus é aquele que restitui e de graça!

Existem muitos ladrões nesta vida. Espirituais e carnais. Algumas vezes também eu tenho sido um "ladrão" de mim mesma...

Monday, May 22, 2017

Eu estou viva

"(...)esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,"
Filipenses 3:13

É preciso saber viver para conseguir viver com qualidade.

Ao longo do tempo em que vivemos acumulamos muitas coisas: feridas, cicatrizes, dores, desilusões, esgotamentos... e isso pode-nos prender numa espiral descendente que só parará com a morte. Já aí estive tempo demais, sei como funciona! Tudo deixa de fazer sentido, nada tem gosto, ficamos dormentes em todos os sentidos. Se deixarmos tornamo-nos pessoas em coma, apenas suplicando que alguém desligue o ventilador e nos permeie com o final - a morte. Sei muito bem o que é achar que os mortos são os sortudos porque mais nada nem mais ninguém os podem magoar. Mas isto não é viver. Não foi para isto que a minha mãe sentiu dores de parto, não foi para isto que Deus me formou no seu ventre! Não FOI!

Observo o que me rodeia. A criação e vejo o amor de Deus através dela. O mundo, o universo é fabuloso. Deus quis que eu visse isso, Deus quis que eu desfrutasse disso e o mundo acaba por ser uma carta de amor de Deus para cada pessoa.

Para vivermos temos de deixar ficar no passado o passado. Tenha sido bom ou mau já passou. Estamos vivos, esperamos coisas novas e nisto confiamos no Deus que todos os dias faz nascer o sol e ainda que seja sempre o mesmo sol, tantas vezes me espanta as cores e formas que observo quando o vejo a nascer a a pôr-se.

E eu estou viva!


Thursday, April 27, 2017

Tempestades

Jesus disse que enquanto vivessemos neste planeta teríamos momentos de aflição nas nossas vidas. O conselho do mestre foi que mantivessemos o bom ânimo, pois ele seria (é) a garantia de que teremos um final feliz.

Hoje vivo um desses momentos de aflição. É como se estivesse num dia frio de inverno, no meio de um temporal, com ventos fortes e muita trovoada. Sinto-me impotente diante as circunstâncias. Não há nada que eu possa fazer para o temporal passar. Apenas posso esperar. Encontrar um lugar para me abrigar, embora neste momento eu esteja em plena rua a levar com a chuva e a ser empurrada pelo vento.

A depressão que me tem assolado há anos aperta. Quero manter o ânimo. Preciso confiar! Sei que Deus me ama e que sabe tudo o que se passa. Sei que ele é bom e que o temporal vai extinguir-se. Sei que daqui a pouco virá o sol. Mas agora só vejo chuva, só ouço a trovoada e só sinto o vento. Cristo e as suas promessas são o meu lugar seguro. É com ele na minha vida que quero passar mais esta tempestade. Ele já me segurou noutras tempestades e sei que com ele posso ficar em paz.